A Roda da Fortuna no Tarot: Entenda o Significado do Arcano X

A Roda da Fortuna gira sem pedir permissão. Descubra o que o Arcano X do tarot revela sobre ciclos, mudanças, destino e o que acontece quando tudo foge do controle.

TAROT

Nykalios

8/6/20253 min read

O ciclo que nos engole e nos ensina

Rachel Pollack descreve a Roda como uma mandala. Um centro de forças em movimento perpétuo. Nela, não há começo ou fim, apenas fluxo, um ciclo eterno entre ascensão e queda, sucesso e perda, sorte e crise.

A Roda mostra figuras subindo e descendo. Mas o centro da carta? Permanece. E é aí que mora o segredo: tudo muda na periferia, mas o centro (o eixo, o Self) permanece imóvel.

Esse arcano pergunta: Você está preso à borda, ou ancorado no centro?

Quando não é culpa, é curva

É fácil (e perigoso) usar essa carta como desculpa para o que não compreendemos. “Era pra ser assim”. “Deus quis”. “O universo conspirou”.

Mas a Roda não é um juiz. Ela é um sistema. Um organismo vivo onde ciclos operam com ou sem o nosso consentimento. E isso é libertador, ou apavorante.

(Às vezes, os dois.)

O GIRO QUE NÃO PODEMOS CONTROLAR: A RODA DA FORTUNA NO TAROT

E se o que te aconteceu não fosse castigo nem recompensa, mas apenas movimento?

A Roda gira. Sempre girou. E continuará girando mesmo que você esteja parado, chorando, resistindo ou tentando prever onde ela vai parar. Mas, e aqui está o ponto, ela não para.

Esse é o Arcano X: A Roda da Fortuna. O ponto médio da jornada dos Arcanos Maiores. Um símbolo de destino? Talvez. Mas acima de tudo, um lembrete brutal (e belíssimo) de que tudo muda.

O que gira fora, gira dentro

Pollack nos convida a olhar além da aparência de caos. A esfinge no topo da carta representa sabedoria, e ela observa calmamente a movimentação abaixo. O que isso nos diz?

Que o segredo não está em parar a Roda. Mas em compreender seu ritmo.

Nos quatro cantos da carta, os símbolos dos evangelistas (ou dos signos fixos do zodíaco) leem, escrevem, registram. Porque a sabedoria não tenta impedir a mudança, ela a estuda.

Quando a Roda gira contra você (carta invertida)

E quando a Roda aparece de cabeça para baixo? O giro parece desordenado. A queda, inevitável. Mas a verdade é: não é a Roda que está errada, é a forma como estamos lidando com ela.

Rachel Pollack aponta que a Roda da Fortuna invertida pode representar:

  • Sensação de estar sendo arrastado por forças além do controle

  • Repetição de padrões cármicos ou inconscientes

  • Apego ao controle ou ao sucesso passado

  • Recusa em aceitar que o ciclo mudou


É como estar numa maré e insistir em nadar contra. Você se exaure, e ainda assim, não impede nada.

Já vivi isso. (Aliás, quem nunca?) A tentação de achar que, se eu resistisse o suficiente, as coisas voltariam a ser como eram. Mas a Roda não gira pra trás.

Ela gira pra frente, mesmo quando dói.

A sorte que se planta

Diferente do que parece, a Roda não fala apenas de azar ou sorte. Ela fala de participação. De estar atento ao tempo das coisas. De reconhecer o momento de agir, e o momento de esperar.

Não se trata de passividade. Trata-se de sabedoria cíclica.

“Plante no tempo certo”, ela diz. “Aceite a colheita, boa ou ruim, como parte do processo. E saiba: a próxima estação virá”.

Entre o acaso e o propósito

Essa carta perturba porque nos tira o controle. Mas também nos liberta da ilusão de que podemos tudo. Ela devolve humildade.

E, se ouvirmos com atenção, também nos devolve confiança: o que sobe pode descer, sim, mas o que desce também pode subir.

Porque a Roda não é um castigo. É apenas vida. E girar com ela é, talvez, nosso único ato realmente sábio.

Epílogo girando devagar

A Roda continua. Com ou sem você. Mas se você parar de tentar segurá-la, talvez descubra que há uma dança em tudo isso. Um ritmo próprio. Um convite à fluidez.

A Roda gira. E você?
Vai resistir?
Ou vai aprender a dançar com o movimento?