Perséfone: A Deusa da Fertilidade e Rainha do Submundo na Mitologia Grega
Descubra quem é Perséfone, a deusa grega da fertilidade e rainha do submundo. Explore seus mitos, simbolismos, descendência e relevância nos Mistérios de Eleusis. Aprenda lições de transformação e dualidade aplicáveis hoje.
DEUSES
Nykalios
8/21/20254 min read


Perséfone: A Deusa da Vida, da Morte e da Transformação
Você já se perguntou o que significa existir entre dois mundos ao mesmo tempo? Não de forma abstrata, mas literalmente, pertencer simultaneamente à luz e à sombra? Perséfone, a deusa grega da fertilidade e rainha do submundo, personifica exatamente essa dualidade. Sua história nos ensina sobre ciclos, transformação e poder interior, lições que permanecem relevantes até hoje.
Quem é Perséfone?
Perséfone, também conhecida como Kore, “a Donzela”, é filha de Zeus e Deméter. Como Kore, ela simboliza a juventude, o crescimento e a promessa de renovação; como Perséfone, ela representa a morte, o submundo e a transformação inevitável. Essa dualidade faz dela uma deusa complexa e fascinante, capaz de transitar entre a luz da primavera e a escuridão do reino dos mortos.
Para os romanos, Perséfone é conhecida como Proserpina, mas a essência de sua história permanece: ciclos, dualidade e renascimento.
Representação da deusa Perséfone pintada por Dante Gabriel Rossetti em 1874


O Mito de Perséfone e a Abdução por Hades
O mito mais conhecido de Perséfone envolve sua abdução por Hades. Enquanto colhia flores, a deusa foi raptada e levada ao submundo. Deméter, sua mãe, mergulhou o mundo em infertilidade até que um acordo fosse estabelecido: Perséfone passaria parte do ano com Hades e parte com Deméter. Esse ciclo explica o florescimento da primavera e o declínio do outono e inverno.
Mas há algo mais profundo nesse mito: Perséfone não é apenas uma vítima. Ao comer as sementes de romã, ela assume uma conexão com o submundo, conquistando poder e autonomia. É um lembrete de que, mesmo em momentos de perda, há agência e possibilidade de transformação.
Hades raptando Perséfone, de Gian Lorenzo Bernini, Galleria Borghese, Roma
Perséfone e a Simbologia da Fertilidade e da Morte
Perséfone é, ao mesmo tempo, deusa da primavera e rainha do submundo. Essa dualidade a torna única: na superfície, representa fertilidade e crescimento; no subsolo, governa a morte e os ciclos de renovação.
Ela é frequentemente retratada com feixes de grãos, tochas e coroas de flores, símbolos que conectam sua narrativa à vida cotidiana, agricultura e à passagem entre os mundos. Hekate e Hermes Khthonios, outras figuras do panteão grego, reforçam sua função de mediadora entre o visível e o invisível.
Mistérios de Eleusis: O Culto a Perséfone
Perséfone era adorada nos Mistérios de Eleusis, um dos cultos mais importantes da Grécia Antiga. A descida ao submundo e o retorno à superfície simbolizavam regeneração, esperança e compreensão da vida após a morte. Esses rituais mostravam aos iniciados que a morte não é fim, mas parte do ciclo eterno da existência, com Perséfone atuando como guia e protetora.
Filhos e Descendência de Perséfone
Perséfone também é mãe de figuras simbólicas que reforçam sua influência:
Zagreus: ligado à regeneração e ao culto órfico;
Melinoe: associada aos espíritos e à propiciação dos mortos;
Erínias (Fúrias): representações da justiça e da vingança.
Esses descendentes ampliam o alcance de sua presença, conectando vida, morte e justiça em uma rede simbólica profunda.


Estatueta de Perséfone, muito utilizado nos cultos atuais
Perséfone no Mundo Contemporâneo
Você pode pensar que Perséfone é apenas uma deusa antiga, mas sua simbologia permanece viva. Ela nos ensina a lidar com mudanças, crises e perdas, lembrando que a transformação muitas vezes vem disfarçada de dificuldade.
Em momentos de adversidade, sua história inspira resiliência: a capacidade de atravessar a escuridão sem perder a essência, de integrar luz e sombra, e de florescer mesmo quando tudo parece estagnar.
Representações Artísticas de Perséfone
Desde vasos gregos até relevos e sarcófagos, Perséfone é retratada com tochas, feixes de grãos e coroas de flores. Cada detalhe simboliza sua função: a tocha ilumina o submundo, o feixe de grãos remete à fertilidade e a coroa de flores à juventude e à renovação.
Essas representações reforçam sua posição como ponte entre mundos e como arquétipo de transformação contínua.
Lições de Perséfone para Hoje
A verdadeira mensagem de Perséfone é sobre agency na adversidade. Mesmo abduzida, ela toma decisões que moldam seu destino e equilibram o mundo ao seu redor.
Em nossas vidas, as sementes de romã podem ser momentos difíceis, perdas inesperadas ou desafios que parecem nos aprisionar. Perséfone nos ensina que, ao aceitar esses ciclos e integrar opostos, encontramos força e sabedoria.
Conclusão: Florescendo Entre Luz e Sombra
Perséfone nos desafia a dançar entre luz e sombra, a abraçar ciclos e a transformar perda em crescimento. Ela é Donzela e Rainha, Vida e Morte, Luz e Sombra.
A provocação final que ela nos deixa é esta: como você pode integrar suas luzes e sombras e ainda assim florescer, assim como Perséfone?
Pagão e bruxo. Compartilho meus aprendizados e conhecimentos com todos os interessados nesse mundo maravilhoso!
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