O que é Bruxaria? Um Chamado Antigo em Voz Nova
Bruxaria não é feitiçaria de conto de fadas, é conexão com a terra, com o invisível, com a ancestralidade. Neste artigo, exploramos sua essência mágica e pagã com um olhar emocional, histórico e transformador. Sinta o chamado. Você pode já estar no caminho.
JORNADAS
Nykalios
7/30/20254 min read


E, por favor, não confunda sobrevivência com passividade. A bruxaria resistiu. No sangue, nas ervas, nos ritos escondidos entre costuras de bordado e receitas de avó. Ela dançou com o tempo, apanhou da história, mas nunca se curvou.
Na Europa medieval, a palavra bruxa foi sinônimo de condenação. Mulheres, e não só, foram queimadas, enforcadas, silenciadas. O motivo? Terem saberes não autorizados, controlarem seus corpos, se comunicarem com o invisível. Tudo aquilo que o poder patriarcal e eclesiástico não podia dominar, ele queimou. Literalmente.
Mas você sabia que o termo "bruxa" nem sempre teve essa conotação? Antes da perseguição, muitas dessas pessoas eram parteiras, curandeiras, conhecedoras das estações e do corpo humano. Elas eram, na falta de palavra melhor, sábias. Sabiam quando plantar, o que usar para baixar uma febre, como ouvir o que o sonho dizia.
E saber demais sempre foi perigoso.
O fazer mágico: a essência da bruxaria
Então sim, a bruxaria é um fazer. Mas não um fazer qualquer.
Ela é o fazer mágico.
(Não no sentido hollywoodiano. Esqueça vassouras voadoras, por um instante.)
O fazer mágico é transformar o cotidiano em ritual. É intencionar. É dar sentido ao gesto. Acordar e colocar sal grosso nos cantos da casa. Acender uma vela para um ancestral. Colher uma planta com gratidão. Lembrar que você também é natureza. Que você também é ancestral.
Ser bruxo ou bruxa não é sobre parecer místico. É sobre estar desperto.
Você já reparou como certas palavras parecem carregar um eco? Como se houvesse algo nelas que ressoasse mais fundo do que o som? "Bruxaria" é uma dessas palavras. Ao ser dita, mesmo num sussurro, ela carrega o peso de fogueiras antigas e o sussurro de folhas em noites de lua cheia. Tem cheiro de terra molhada, gosto de vinho escuro, toque de velas acesas num altar silencioso. Mas também, sejamos honestos, tem o ranço da distorção.
Porque quando você diz "bruxaria", o que escutam não é o que você quis dizer.
Escutam "perigo". Escutam "diabo". Escutam "charlatanismo". Escutam tudo, menos o que ela realmente é: um elo. Um fazer. Um caminho.
Bruxaria: sobrevivência e resistência
Bruxaria é uma língua antiga que sobreviveu em sussurros.
Chamada ancestral: o mistério silábico da bruxaria em forma de chama suspensa


Ritual cotidiano entre folhas e chamas.
A bruxaria é sua, mesmo que você ainda não saiba
E aqui vem algo que pode incomodar alguns:
Bruxaria não exige iniciação formal.
Claro, existem tradições estruturadas como a Wicca, com rituais, sacerdotes e hierarquias. Mas a bruxaria também pulsa no coração de quem nunca leu um grimório, mas sente a presença da lua cheia como um chamado. Está no gesto da mulher que coloca uma fita vermelha na janela para afastar olho gordo. No homem que planta arruda na porta de casa porque a avó fazia isso.
Sabe por quê?
Porque a bruxaria é pagã.
E o que é o paganismo, senão o reconhecimento de que o sagrado está na terra? No corpo. Na natureza. No tempo cíclico, e não linear. Nos ciclos menstruais e lunares. Nos sabbats. Nas colheitas. Na morte e no renascimento.


Entre o individual e o coletivo: o caminho do meio
Um amigo uma vez me disse: "Bruxaria é o caminho do meio entre a solidão e o coletivo". Eu não entendi direito na hora. Mas hoje faz sentido. Porque ao mesmo tempo que você se volta pra dentro, também se conecta com aquilo que te ultrapassa. Com a egrégora. Com os espíritos. Com a ancestralidade que não está morta, mas pulsa.
(Na verdade, talvez você seja a continuidade dela.)
E sim, há quem use a bruxaria para o mal. Mas isso diz mais sobre o humano do que sobre o caminho. Há padres que abusam, médicos que negligenciam, pais que ferem. A ferramenta é neutra. A intenção é que a torna feitiço ou veneno.
O que a bruxaria liberta
A bruxaria, em sua essência, é liberação.
Libertação da culpa. Da obediência cega. Do medo do corpo. Do medo da morte.
Porque ao olhar para a morte como um ciclo, você aprende a viver de outro jeito. Mais presente. Mais ritualístico. Mais real.
(Confesso: ainda estou aprendendo.)
A cada dia, sinto que a bruxaria se revela como um processo, não um destino. E talvez isso seja sua maior magia. Ela não exige que você a domine. Apenas que a viva.
Altar rústico na floresta com cristais, velas e decoração simbólica.


Provocação final: e você?
Então, se você chegou até aqui, talvez você já esteja no caminho.
Agora, olhando pra lua, me diga:
Você sente esse chamado também?
Sabedoria pagã na prática: altar ritual com cristais e ervas que respira natureza
Pagão e bruxo. Compartilho meus aprendizados e conhecimentos com todos os interessados nesse mundo maravilhoso!
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